Conhecer o Passado para entender o Presente

"Entrar na História" é o nome deste blogue. Pode significar abrir a porta e entrar no tempo que nos antecedeu. O tempo dos nossos avós... e dos avós dos nossos avós. De todos aqueles que construíram a terra onde vivemos.
Temos o dever de continuar a obra que nos deixaram, dando o nosso contributo para melhorar o que deve ser melhorado. Fazer da nossa terra um lugar mais agradável para viver.
Não se pode melhorar o presente se não o conhecermos. E para compreender o presente temos de conhecer o passado.
É o que este blogue te propõe: vamos investigar a história da nossa terra, para a conhecermos melhor.

Aproveitem!

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quinta-feira, 8 de maio de 2014

25 de Abril de 1974: 40 anos depois

A Revolução do 25 de abril: 40 anos depois
Pesquisa de Francisco Tavares (6ºA)
Fiz algumas entrevistas a pessoas amigas e familiares que viveram o dia 25 de abril de 1974. Aqui estão os seus testemunhos:
“Soube que tinha havido uma revolução quando cheguei ao meu local de trabalho (Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto). Disseram-me que tinha havido uma revolução e que não podia dar aulas, o que me confundiu um pouco. Eu estava tão feliz, assim como as pessoas que me rodeavam, que não percebia muito bem qual a razão pela qual nos diziam que era necessário ter cuidado. Percebi mais tarde que era por receio de uma contra-revolução, e que podia de facto ter havido algum perigo, mas a excitação e alegria que sentia superavam tudo isso.
Os dias seguintes foram de imensa alegria. Era uma festa nacional. Particularmente o 1º de Maio de 1974 foi um dia em que muita gente saiu à rua para festejar.”
Maria da Conceição Alvim Ferraz

“Na altura tinha 11 anos e andava no “2º ano do ciclo”, onde agora está a Escola EB1 nº 2. Quando chegamos para as aulas disseram-nos que a escola ia estar fechada. Para mim era tudo isto muito confuso. Fui para casa e lembro-me que durante a manhã na rádio só se ouvia “Grândola Vila Morena”. Não havia notícias, horas, nada… A partir do início da tarde começamos a ouvir na rádio o que tinha acontecido, lembro-me especialmente de ouvir o General Spínola e Costa Gomes a falar.
Quando regressamos à escola no dia 26 de abril os professores explicaram-nos o que tinha acontecido e naqueles dias parecia que toda a gente estava em festa.”
Fátima Silva

“Eu estava na Alemanha pois tinha fugido clandestinamente para não ir para a guerra colonial. Era um chamado refratário. Durante o tempo em que estava na Alemanha não podia vir a Portugal e portanto as saudades eram imensas. Cheguei ao cúmulo de ter tantas saudades de bacalhau e azeite que ia para o aeroporto para sentir o cheiro destes produtos levados por familiares de outros emigrantes. A primeira notícia que ouvi sobre o 25 de Abril era pouco clara, dizia “tanques invadem a praça principal de Lisboa”. Pensei que fosse um desfile de propaganda ao Estado Novo e portanto não dei demasiada atenção. Só quando soube que tinham libertado os presos políticos é que tomei consciência da dimensão e da revolta.
Foi uma alegria incrível. Perceber que já podia voltar a Portugal. Foi uma felicidade tão intensa que ainda hoje sorrio ao lembrar-me desse momento.”
António Monteiro


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