A Revolução do 25 de abril: 40 anos depois
Pesquisa de
Francisco Tavares (6ºA)
Fiz algumas
entrevistas a pessoas amigas e familiares que viveram o dia 25 de abril de
1974. Aqui estão os seus testemunhos:
“Soube que tinha
havido uma revolução quando cheguei ao meu local de trabalho (Faculdade de
Engenharia da Universidade do Porto). Disseram-me que tinha havido uma
revolução e que não podia dar aulas, o que me confundiu um pouco. Eu estava tão
feliz, assim como as pessoas que me rodeavam, que não percebia muito bem qual a
razão pela qual nos diziam que era necessário ter cuidado. Percebi mais tarde
que era por receio de uma contra-revolução, e que podia de facto ter havido
algum perigo, mas a excitação e alegria que sentia superavam tudo isso.
Os dias
seguintes foram de imensa alegria. Era uma festa nacional. Particularmente o 1º
de Maio de 1974 foi um dia em que muita gente saiu à rua para festejar.”
Maria da Conceição Alvim Ferraz
“Na altura tinha
11 anos e andava no “2º ano do ciclo”, onde agora está a Escola EB1 nº 2.
Quando chegamos para as aulas disseram-nos que a escola ia estar fechada. Para
mim era tudo isto muito confuso. Fui para casa e lembro-me que durante a manhã
na rádio só se ouvia “Grândola Vila Morena”. Não havia notícias, horas, nada… A
partir do início da tarde começamos a ouvir na rádio o que tinha acontecido,
lembro-me especialmente de ouvir o General Spínola e Costa Gomes a falar.
Quando regressamos
à escola no dia 26 de abril os professores explicaram-nos o que tinha
acontecido e naqueles dias parecia que toda a gente estava em festa.”
Fátima Silva
“Eu estava na
Alemanha pois tinha fugido clandestinamente para não ir para a guerra colonial.
Era um chamado refratário. Durante o tempo em que estava na Alemanha não podia
vir a Portugal e portanto as saudades eram imensas. Cheguei ao cúmulo de ter
tantas saudades de bacalhau e azeite que ia para o aeroporto para sentir o
cheiro destes produtos levados por familiares de outros emigrantes. A primeira
notícia que ouvi sobre o 25 de Abril era pouco clara, dizia “tanques invadem a
praça principal de Lisboa”. Pensei que fosse um desfile de propaganda ao Estado
Novo e portanto não dei demasiada atenção. Só quando soube que tinham libertado
os presos políticos é que tomei consciência da dimensão e da revolta.
Foi uma alegria
incrível. Perceber que já podia voltar a Portugal. Foi uma felicidade tão
intensa que ainda hoje sorrio ao lembrar-me desse momento.”
António Monteiro
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