Conhecer o Passado para entender o Presente

"Entrar na História" é o nome deste blogue. Pode significar abrir a porta e entrar no tempo que nos antecedeu. O tempo dos nossos avós... e dos avós dos nossos avós. De todos aqueles que construíram a terra onde vivemos.
Temos o dever de continuar a obra que nos deixaram, dando o nosso contributo para melhorar o que deve ser melhorado. Fazer da nossa terra um lugar mais agradável para viver.
Não se pode melhorar o presente se não o conhecermos. E para compreender o presente temos de conhecer o passado.
É o que este blogue te propõe: vamos investigar a história da nossa terra, para a conhecermos melhor.

Aproveitem!

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sexta-feira, 18 de abril de 2014

Um episódio entre monárquicos e republicanos na Vila da Feira

Vou contar uma história real, um episódio que aconteceu em 1919 entre monárquicos e republicanos na Vila da Feira.
Para tal, fui falar com o filho de um dos intervenientes neste episódio, o Sr. Luís de Magalhães. O seu pai, Alfredo de Magalhães, nasceu em Lamego no ano de 1886. Com 20 anos veio para Espinho cumprir o serviço militar. Ao fim de semana trabalhava na Vila da Feira numa drogaria e aí aprendeu a arte de funileiro. Nesta localidade se casou e se estabeleceu como funileiro.
Alfredo Magalhães era monárquico e em Janeiro de 1919 durante a tentativa da restauração monárquica, juntamente com mais uma dezena de cidadãos, andaram pelas ruas de Vila da Feira e por algumas freguesias do concelho acompanhados por bandas de música a proclamarem a monarquia, fazendo hastear bandeiras monárquicas em alguns edifícios públicos. Alfredo Magalhães chegou mesmo a içar uma bandeira monárquica no edifício da Câmara Municipal da Feira. Outros lançaram foguetes e obrigaram as bandas de música a executarem o hino real. Ainda por esta altura proferiram publicamente vivas ao rei D. Manuel II e lançaram insultos aos republicanos. Organizaram também na Vila da Feira um batalhão de civis destinados a defender a monarquia. Os indivíduos que faziam parte do batalhão andaram armados com espingardas do exército a policiar a noite da Vila da Feira.
Por estes factos, em 25 de Junho de1920, foram acusados treze cidadãos, entre os quais Alfredo de Magalhães. Foram julgados pelo Tribunal Militar do Porto. O original deste documento de acusação está na posse do Sr. Luís de Magalhães.
Alfredo Magalhães seria condenado a três meses de prisão, que foram cumpridos na cadeia de Aljube no Porto. Posteriormente foi libertado e continuou a residir com a sua família na então denominada Vila da Feira.

 Bandeira da Monarquia de 1830 até 1910
 Bandeira da República a partir de 1910



 Trabalho realizado por: Ana Luísa       Nº2    6ºB

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